Sem exagero, o IAPAR já estava ligado à cafeicultura antes mesmo de ser criado, em 29 de junho de 1972. E isso é mais que suficiente para explicar sua presença entre as dez instituições que fundaram o Consórcio Pesquisa Café.
A história do IAPAR começou na segunda metade da década de 60, pela mobilização e esforço de produtores, técnicos e lideranças. Eles entendiam que a monocultura – na época, o Paraná era um imenso cafezal – tornava a economia frágil e era necessário diversificar a pauta de produção.
Para fazer isso, também era preciso um suporte tecnológico sólido, daí a luta daqueles visionários pela criação de um centro estadual de pesquisas. De modo emblemático, parte substancial dos recursos necessários à empreitada foi obtida junto ao Instituto Brasileiro do Café (IBC) e à Organização Internacional do Café (OIC).
Com sede em Londrina e atuação em todo o Paraná, a estrutura abrange 19 fazendas experimentais, 25 laboratórios de diferentes áreas de especialidade para pesquisa e prestação de serviços e 23 estações agrometeorológicas (também utiliza informações coletadas em outras 37 estações do sistema meteorológico do Estado, coordenado pelo Instituto Simepar).
Esse aparato dá apoio a 14 programas de pesquisa: agroecologia, agroenergia, algodão, café, cereais de inverno, culturas diversas, feijão, fruticultura, manejo do solo e água, milho, produção animal, propagação vegetal, recursos florestais e sistemas de produção. No total, são conduzidos 252 projetos, com 620 experimentos espalhados pelo Estado, trabalho realizado em estações experimentais do próprio IAPAR e em parceria com cooperativas, associações de produtores, universidades e outros centros de pesquisa. Quanto ao pessoal, atualmente há algo em torno de 730 funcionários – sendo 118 pesquisadores, a maior parte com doutorado e pós-doutorado –, e aproximadamente 700 colaboradores (trabalhadores temporários, bolsistas, estagiários, voluntários, etc.).
Tendo o café em sua pauta de estudos desde o início de suas operações, a grande contribuição do IAPAR foi adaptar o modelo adensado às condições de clima e solo e à realidade socioeconômica dos produtores, proposta tecnológica que possibilitou ao Paraná reconstruir sua cafeicultura, aniquilada pela grande geada de 1975.
O IAPAR preconiza o cultivo de pequenas lavouras (produtores familiares são a base da cafeicultura paranaense) e redução do espaçamento entre ruas e plantas, com uso de plantas baixas, resistentes à ferrugem e diferentes épocas de maturação para permitir o escalonamento da colheita. Já são 13 cultivares registradas no Ministério da Agricultura, todas apropriadas à proposta. Com esse sistema, é possível implantar até 10.000 plantas por hectare (contra apenas 2.500 do modelo tradicional), o que fez a produtividade média paranaense evoluir de sete para 25 sacas por hectare.
Na área de genética, destaca-se a manutenção de um banco de germoplasma com ampla diversidade, a participação no sequenciamento do genoma café e as atuais pesquisas sobre a relação da sacarose com a maturação dos frutos e influência em aspectos envolvidos na qualidade da bebida, como corpo, acidez e aroma.
Há ainda o Alerta Geada, que, há 17 anos, avisa os cafeicultores, com 48 horas de antecedência, sobre o risco de ocorrência do fenômeno, serviço que alcançou grande credibilidade e repercussão.
Saiba mais sobre o IAPAR na página http://www.iapar.br.