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Consórcio Pesquisa Café faz investimentos para o combate de nematóides

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foto_Marcelo1-PExistem milhares de tipos de nematóides. Praticamente todos os seres vivos - homens, animais ou plantas - podem ser parasitados por eles. Esses pequenos seres atacam e destroem a cafeicultura, causando enormes prejuízos para a produção de café no País. No estado do Paraná, por exemplo, o impacto da doença pode gerar um prejuízo de mais de R$ 20 mil por hectare de café. Com o objetivo de combater essa praga, o Consórcio Pesquisa Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café, faz investimentos em pesquisas nessa área desde a sua criação.

Atualmente, uma importante atividade do Consórcio sobre nematóides é o projeto que estuda a variabilidade genética de nematóides e a resposta funcional de genótipos de cafeeiros em diferentes condições de manejo. Trata-se de projeto interinstitucional, dirigido por pesquisadores do Instituto Biológico, Instituto Agronômico de Campinas e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (ESALQ/USP), instituições que fazem parte do Consórcio Pesquisa Café. As pesquisas estão em fase final, sendo que parte dos resultados já foi publicada em periódicos científicos.

Para a pesquisadora do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) Alaide Krzyzanowski, os estudos realizados com o parasita possibilitam um melhor manejo e maior sustentabilidade à produção de café.  “O Consórcio possibilitou ao Iapar o estudo de mais uma alternativa para esse problema: a técnica de manejo (controle biológico) para agregar valor ao controle de nematóide, utilizando fungos nematófagos, extraídos da região geoeconômica do Paraná. Por meio dos estudos realizados em laboratório e casa de vegetação, obtivemos resultados preliminares promissores e estamos fazendo reavaliações para consolidação. A expectativa é de que esse trabalho proporcione uma cafeicultura mais sustentável”, ressalta.

Os nematóides são considerados como uma das mais importantes pragas de muitas culturas, causando danos desde a diminuição sensível de produção até a morte das plantas. Os principais sintomas, especialmente no caso do café, são a presença de galhas nas raízes redução e deformação do sistema radicular, decréscimo da eficiência das raízes em absorver e translocar água e nutrientes, menor crescimento da parte área, clorose, desfolhamento em reboleiras e menor produção, culminando na morte das plantas. “Esses sintomas podem ser confundidos com deficiência nutricional. Os produtores devem sempre estar informados a respeito da infestação por nematóides”, esclarece Alaide Krzyzanowski.

Segundo o pesquisador do Instituto Biológico de Campinas, Cláudio Marcelo de Oliveira, os resultados obtidos nas pesquisas ampliaram o conhecimento no combate ao parasita, oferecendo o controle geográfico, patogenicidade e a taxonomia (classificação dos vermes). “Em 1998, com os recursos do Consórcio, foi realizado amplo levantamento dos nematóides associados a cafeeiros no estado de São Paulo que permitiu o conhecimento da ocorrência e da distribuição dos fitonematóides associados a cafeeiros. A ajuda do arranjo foi de fundamental importância na formação de recursos humanos. Além disso, os recursos provenientes do Consórcio foram e têm sido essenciais na aquisição de reagentes, equipamentos e manutenção das instalações do laboratório de Nematologia do Instituto Biológico, com reflexo direto na qualidade das pesquisas realizadas”.

Saiba mais

Os principais nematóides que atacam a cafeicultura são os de galha (Meloidogyne spp.). Esses parasitas estão entre os patógenos de maior importância econômica, tanto no Brasil como em todo o mundo. No Paraná, por exemplo, Meloidogyne incognita e Meloidogyne paranaensis são os mais prejudiciais. E, no estado de São Paulo, foi possível a comprovação dos danos provocados por Pratylenchus brachyurus e P. coffeae em condições de casa de vegetação.

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Texto: Higor Sousa Silva (MTb 9684/DF)
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