Para levar ao produtor e ao extensionista informações atuais da pesquisa cafeeira, a Fundação Procafé, cuja sede localiza-se em Varginha, MG, realiza anualmente o Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras. Em sua 38° edição, o Congresso é realizado em parceria com a Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade de Uberaba (Uniube) e Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, com apoio do Consórcio Pesquisa Café e da Embrapa Café. O tema deste ano, “Boas Tecnologias difundir pro café bem florir” vai ao encontro de um dos principais objetivos do evento, levar conhecimento para o extensionista e para o produtor. “O Congresso é uma prestação de contas da pesquisa para esse público”, diz o organizador do evento e pesquisador, José Braz Matiello.
Na abertura do Congresso, na terça-feira (23), cerca de 500 participantes assistiram à palestra sobre a conjuntura atual da cafeicultura do diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga. Segundo ele, o mercado consumidor do café no mundo continua crescendo, sinalizando boa perspectiva para um país produtor como o Brasil. Para Guilherme, num cenário de produção ponderada, a tendência é de estabilidade para o mercado cafeeiro. O Brasil tem se saído bem nas exportações e um fator fundamental para isso tem sido a melhoria da qualidade do nosso café. Além disso, Guilherme lembrou a importância do país continuar investindo em campanhas de imagem para o mercado externo com base em duas vertentes: a sustentabilidade do café brasileiro, uma realidade no campo, e a alta qualidade dos cafés do Brasil.
O Congresso deu continuidade a sua programação reunindo 100 trabalhos nas mais diversas áreas de interesse como: doenças e pragas do café no primeiro dia; sementes, mudas e manejo no segundo. Trabalhos sobre adubação, podas e irrigação foram discutidos no terceiro dia e, por fim, apresentações atuais sobre colheita, qualidade e melhoramento genético do café em encerram nesta quinta-feira (25) as discussões do Congresso. O gerente geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo, e o gerente de pesquisa e desenvolvimento da Unidade, Antonio Guerra, também participaram do evento, com o objetivo de identificar contribuições dos temas apresentados para alinhamento de linhas de pesquisas futuras para o Consórcio Pesquisa Café.
Evento tradicional, destacadamente para o público de produtores e extensionistas, o 38º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras é um espaço para discussão e que viabiliza tecnologias e soluções, principalmente pelo intercâmbio de ideias e o diálogo que possibilita entre produtor, técnico, instituições de pesquisa e empresas do agronegócio café.
As novas variedades do café – As cultivares mais recentes, registradas ou não, e outras variedades já conhecidas do produtor, foram apresentadas por quatro das instituições de pesquisa cafeeira de maior destaque no cenário nacional. Pesquisadores da área de melhoramento genético da Fundação Procafé, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) reuniram informações sobre características e resultados que vem sendo alcançados com a pesquisa de mais de 20 cultivares de café no Brasil.
As apresentações mostraram como os estudos de melhoramento vêm atuando em sintonia com as necessidades do campo. Cultivares resistentes a doenças e pragas, como tolerância à seca, com maior produtividade e outras características que se mostram necessárias estão sendo registradas continuamente. “O Brasil é um dos países que mais têm variedades, cerca de 120 atualmente”, destacou o pesquisador do IAC, Luiz Carlos Fazuoli. O próximo passo nesse trabalho é investir em experimentações para esses materiais no campo e, para isso, disseram todos os pesquisadores, é preciso a ajuda do produtor na fazenda, oferecendo oportunidades de estudos nos diferentes ambientes cafeeiros do País.
O 38º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras termina nesta quinta-feira (25), em Caxambu-MG, com a participação de pesquisadores que integram a programação de pesquisa do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, contando com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Funcafé/MAPA).
Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café
Texto: Cristiane Vasconcelos (MTb 1639/CE).
Fone: (61) 3448-4566
Site: www.embrapa.br/cafe
www.consorciopesquisacafe.com.br