A qualidade do café é um tema prioritário de pesquisa que tem destacado a Universidade Federal de Lavras (UFLA) no cenário nacional e internacional. Dissertação defendida nessa terça-feira (22), no Departamento de Agricultura da UFLA (DAG/UFLA), apresentou o resultado de testes fisiológicos e bioquímicos, utilizados para avaliar e classificar a qualidade do café. O novo método de classificação, por meio do processamento digital de imagens, poderá ser utilizado em complementação à análise sensorial, tradicionalmente utilizada na indústria de café.
O trabalho foi realizado pela estudante Marcella Nunes de Freitas, do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, sob a orientação da pesquisadora da Embrapa Café, Sttela Dellyzete Veiga Franco da Rosa, lotada na UFLA no âmbito do Consórcio Pesquisa Café. O estudo contou com a coorientação dos professores da UFLA, André Vital Saúde (Departamento de Ciência da Computação), Maria Laene Moreira de Carvalho (Departamento de Agricultura) e Flávio Meira Borém (Departamento de Engenharia).
Participaram da banca de avaliação o pesquisador da Epamig, Marcelo Ribeiro Malta, a professora da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Marcela Carlota Nery e o professor André Saúde.
De acordo com a orientadora do estudo, novas ferramentas de avaliação são fundamentais para amparar a competitividade do segmento de cafés especiais no cenário internacional, cuja avaliação da qualidade é usualmente acessada por meio de análise sensorial da bebida. “Os testes têm a vantagem de serem objetivos, rápidos, precisos e de fácil padronização, o que deverá complementar os critérios das análises sensoriais utilizadas”, destacou a pesquisadora.
A ideia surgiu dos protocolos já utilizados na indústria de sementes, cuja avaliação da qualidade é realizada por meio de testes fisiológicos e bioquímicos, que têm apresentado alta correlação com a qualidade da bebida. A novidade foi investigar o potencial desses testes para avaliar a qualidade da bebida de café, bem como a correlação dos seus resultados com a análise sensorial.
De acordo com os resultados, testes simples como o Teste de Germinação, de Tetrazólio, de Condutividade Elétrica, assim como a quantificação de algumas enzimas do processo anti-oxidativo, apresentam-se como ferramentas altamente promissoras para complementar a avaliação sensorial de grãos de café. Os resultados, ainda preliminares, exigem estudos adicionais para a validação e padronização dos testes.
Texto: Cibele Aguiar – Assessoria de Comunicação - UFLA