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HABEMUS COFFEA

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Os poetas, segundo Erza Pound, são as antenas da civilização. Porém, nesse momento, sua célebre definição foi posta ao avesso, uma vez que toda a civilização volta suas antenas para os alpendres da Santa Sé. O conclave cardinalício começará suas secretíssimas rodadas de votações até que um nome alcance consenso e, anuindo com a votação, é proclamado Papa. Então o sumo pontífice dirige-se à janela da basílica após a saudação pública “HABEMUS PAPAM” para ser aclamado pela concentração de fiéis na Praça de São Pedro.

Até esse momento, não creio ter dito qualquer novidade que já não seja de amplo conhecimento por parte majoritária da população brasileira. O que nem mesmo o serviço de inteligência do País sabe é que o café servido no Estado do Vaticano é do Brasil. Café 100% de arábica, cereja descascado, orgânico com pelo menos 85 pontos na escala da Sociedade Americana de Cafés Especiais (SCAA).

Em 2010, o Estado do Vaticano iniciou um processo seletivo para a aquisição do café a ser servido para seu staff, visitantes e autoridades que todos os dias visitam o Vaticano ou participam de audiências papais. Um microtorrefador britânico (Steve Lieghton – Hasbean Coffee), especializado em nichos de mercado gourmet, mandou amostra de um café produzido na Chapada Diamantina/BA. A Fazenda Aranquãn no município de Ibicoara/BA, conduzida pelos cafeicultores Luca Allegro & Nelson Cordeiro, teve seu produto selecionado e, nos dois últimos anos, a cada safra são preparadas 30 exclusivíssimas sacas para o suprimento do Vaticano.

Agora pela manhã no Brasil, muitos senão todos os cardeais que participam do conclave tomaram seu café da manhã. Provavelmente, o vazio das xícaras foi avidamente completado com um excelente café orgânico brasileiro, pois para reunir a iluminação necessária para eleger o novo Papa nada mais adequado que contar com uma boa dose de café.

Cada cardeal, apreciador do excelente café brasileiro a eles oferecido, poderá reunir seu máximo discernimento, concentração e ótimo estado de vigília trazido pela benéfica interação entre toda a gama de elementos bioquímicos do café e o encéfalo humano para cumprir com a aguardadíssima nomeação. Ademais, os apreciadores de café são mais longevos, ainda mais quando se trata de um café orgânico de torra média que, em consumo moderado, protege a saúde e prolonga a vida.

Vida longa ao novo Papa. Que ele conte sempre com o café arábica brasileiro para ter toda a disposição possível para enfrentar sua jornada como líder máximo do catolicismo.

 

Celso Luis Rodrigues Vegro

Pesquisador Científico VI

Instituto de Economia Agrícola

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