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Irrigação, manejo fitossanitário e conservação do solo e da água são parte do VIII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

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Irrigação iniciou as discussões da tarde do último dia do VIII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, de 25 a 28 de novembro em Salvador-BA. O gerente de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Café, Antonio Guerra, abriu a mesa- redonda sobre o tema a palestra “Inovações nos sistemas de cultivo de café: busca constante de competitividade e sustentabilidade” desenvolvidas pela Embrapa Cerrados no âmbito do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, para as regiões de Cerrado no Brasil.

A primeira delas foi a irrigação de café com estresse hídrico controlado, que “consiste na suspensão da irrigação por cerca de 70 dias no período mais seco do ano para sincronizar, uniformizar o desenvolvimento dos botões florais e, consequentemente dos frutos, o que garante 7% a 12% de ganho em produtividade e menos variação  de seus índices de um ano para outro – o que reduz a bienalidade da cultura - e um café de mais qualidade”.

Segundo enfatizou Guerra, a prática do estresse hídrico controlado não custa nada mais ao produtor e ainda traz redução dos custos de água e energia, em média de 33%, economia no processo de colheita, inclusive com mão de obra, e uma visão sustentável do agronegócio tanto do ponto de vista ambiental como da competitividade. “O uso do estresse hídrico controlado para uniformização de florada do cafeeiro e, consequentemente de maturação, é um processo tecnológico que também permite a obtenção de 85% ou mais de frutos cerejas no momento da colheita, maximizando a produção de cafés especiais, de maior valor de mercado. Além disso, disso, garante redução de 20% para 10% de grãos mal formados e de 40% na operação de máquinas e no uso de água e energia, além de diminuir risco de doenças associadas a alta umidade”.

O pesquisador também falou sobre o programa de monitoramento de irrigação, a aplicação de doses mais elevadas de fósforo na cultura e o cultivo da braquiária nas entrelinhas do cafeeiro. Todas essas tecnologias foram validadas na fazenda Lagoa do Oeste e Rio de Janeiro, na Bahia. O consultor técnico Rafael Ferreira explicou como o manejo da água com o uso do estresse hídrico controlado (adotado 100% nessas fazendas) e o programa de monitoramento de irrigação foi testado e aprovado.

O professor da Universidade de Uberaba – Uniube, André Fernandes falou sobre Manejo Racional da Irrigação do Cafeeiro e seus problemas. Segundo ele, somente 5% das lavouras brasileiras é irrigada, cenário que afeta a agricultura como um todo no Brasil. Fernandes acredita ser possível aumentar as áreas irrigadas, mas esbarra-se em legislações ambientais e questões de concessão de outorgas e que é necessário trabalho de convencimento sobre tecnologias de irrigação sustentáveis para vencer as barreiras hoje encontradas.

Da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Uesb, veio o professor Hugo Andrade Costa que falou sobre a crítica situação de seca em Barra do Choça que tem causado inclusive racionamento de água em Vitória da Conquista. “Falta-nos barramentos para sobreviver à situação de preços baixos. Não se leva em conta as necessidades dos produtores e de toda a cadeia de produção envolvida com a cultura do café. Há ausência de política agrícola de incentivo, o que tem tornado insustentável a situação, agravada ainda pela atual crise”.

Oficina - Os pesquisadores Julio Cesar Dias Chaves e Armando Androcioli Filho, ambos do Instituto Agronômico do Paraná – Iapar conduziram a oficina intitulada “Manejo e conservação do solo e das águas para a cafeicultura”.  De acordo com Julio, coordenador da oficina, a forma mais eficiente de reduzir danos por erosão é a cobertura adequada do solo, atingida por meio do plantio de outras espécies nas entrelinhas do cafeeiro. “Nenhuma outra prática garante o mesmo resultado. O mato é um aliado se você souber fazer o manejo adequado”, afirmou o pesquisador. Além de reduzir a erosão, a prática reduz também a perda da água por evaporação.

A adubação verde consiste no aproveitamento de plantas cultivadas ou crescidas espontaneamente no local ou importadas. Suas biomassas são, preferencialmente, deixadas na superfície do solo com a finalidade de preservar e melhorar a fertilidade das terras agrícolas. A adubação verde consiste fundamentalmente em três linhas: cobertura do solo, suprimento de nitrogênio e outros nutrientes e melhoria na fertilidade do solo.

Julio Cesar exibiu imagens de algumas espécies cultivadas nas entrelinhas de cafezais, como o amendoim cavalo, a leucena e a sibipiruna, e comentou estudos realizados pelo Iapar com foco na temperatura no solo, no crescimento de raízes, e na relação cobertura versus nutrição da planta. O pesquisador analisou ainda a quantidade de biomassa nitrogênio e carbono na arborização com leucema e sibipiruna. “Aumentar a quantidade de matéria orgânica é a chave para a melhoria do solo”, afirmou Julio. Nesse mesmo estudo realizado pelo Iapar, com adubo verde, os pesquisadores também mediram os níveis de infiltração e retenção de água no solo.

O pesquisador Armando Androcioli, relator da palestra, citou trabalho realizado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural – Incaper que comprova a eficácia do uso de adubo verde como prática fundamental para evitar perda de solo também em áreas de alta declividade.

Sobre o Simpósio - O Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil é realizado a cada dois anos pelo Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. O principal objetivo do evento é promover ampla discussão com a comunidade científica e com representantes dos diversos setores da cadeia produtiva do café sobre conceitos modernos de produção para estimular debates permanentes de temas relacionados ao agronegócio café, que visem garantir o aumento da competitividade, melhoria da qualidade do produto e a sustentabilidade do setor cafeeiro, com inclusão social. O público-alvo constitui-se de pesquisadores, técnicos, professores, estudantes universitários, extensionistas, lideranças de associações e cooperativas, empresários, cafeicultores e demais segmentos interessados no desenvolvimento do agronegócio café, imprensa especializada e comunidade em geral, do país e do exterior. Essa é a 8ª. Edição do evento. O tema deste ano é “Sustentabilidade e inclusão Social”.

 

Assessoria de Imprensa do VIII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

Texto:

Carolina Costa - MTb 7433/DF

Flávia Bessa – MTb 4469 - DF

Contatos: 61 9221-9484 –  Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.  

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