As lavouras de café hospedam poucas espécies de pragas, sendo que a grande maioria dos artrópodes (insetos, ácaros, aranhas etc) encontrados nos cafeeiros são considerados benéficos, e só algumas poucas espécies podem ser consideradas pragas. Entre essas poucas espécies de pragas, uma parte delas – como alguns ácaros, o bicho-mineiro e a broca-do-café – podem eventualmente causar prejuízos econômicos ao produtor e ainda à qualidade da bebida. Em decorrência do emprego de defensivos para controlá-los, há também prejuízos socioambientais e à saúde da população e ainda aumento de custos na produção.
Os métodos de controle mais eficazes dessas pragas são os que usam os princípios do Manejo Integrado de Pragas (MIP). Esse sistema alia o manejo químico ao biológico, entre outros, em prol da preservação no agroecossistema. No MIP os defensivos como último recurso, somente no momento certo para cada praga e de forma controlada, seletivos aos artrópodes não alvos, preservando os inimigos naturais das pragas e favorecendo seu controle. O MIP é estudado pela Embrapa Café e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig no âmbito do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Unidade da Embrapa.
Esse será o tema do Dia de Campo na TV que vai ao ar na sexta-feira, 27 de dezembro, pelo Canal Rural (Net/Sky), a partir das 9h. No domingo, 22 de dezembro, às 7h, pela NBR (TV do Governo Federal, captada por cabo ou por parabólica), com reprise às 17h. O programa foi produzido pela Embrapa Café e pela Embrapa Informação Tecnológica (Brasília/DF), unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Manejo Integrado de Pragas do Cafeeiro (MIP Café) – De acordo com os pesquisadores Maurício Sergio Zacarias, da Embrapa Café, e Rogério Antônio Silva, da Epamig, o MIP tem base em pesquisas de táticas de manejo ecológico das pragas que utilizam ao máximo a ação benéfica dos inimigos naturais, pois reconhece que o próprio agroecossistema possui um complexo desses organismos benéficos que controlam pragas e doenças, reduzindo perdas econômicas sem causar danos à saúde humana e ao ambiente. Segundo os pesquisadores, no Manejo Integrado de Pragas, pode-se eventualmente vir a se dispensar totalmente o uso de produtos fitossanitários. Esse sistema é a base para a produção organomineral e para o processo de transição do sistema tradicional para o orgânico.O pesquisadores acreditam que essas as formas de condução do cafeeiro mais adequadas, pois ensinam a conviver e tolerar a presença de pragas (insetos, ácaros e plantas daninhas) e doenças em níveis que não representam prejuízo econômico. “Essa tolerância tem o objetivo de preservar a ação do meio ambiente, principalmente dos inimigos naturais, permitindo que se tornem mais eficientes, aliado à capacidade de recuperação natural das plantas. Mais do que a criação de um produto biológico ou uma tecnologia, nós buscamos trabalhar a sustentabilidade do agroecossistema, a paisagem, com ações de prevenção e conscientização”, ressalta Zacarias.
Saiba mais sobre o Dia de Campo na TV acessando o site.
Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café
Texto: Flávia Bessa – MTb 4469/DF
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