Consórcio Pesquisa Café expõe tecnologias no 8° Encontro Nacional do Café
O tema deste ano foi “Usando tecnologias, vencemos desafios” e o último dia do evento foi dedicado à agricultura familiar, segmento dominante na Bahia
Instituições de pesquisa e ensino do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, participaram do 8° Encontro Nacional do Café, realizado de 22 a 24 de julho pela primeira vez no município de Barra da Choça-BA, na Fazenda Vidigal. O evento teve objetivo de repassar conhecimentos e contribuir com a produção de um bom café na região, expondo tecnologias inovadoras e eficazes. Contou com o apoio da Embrapa Café, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Uesb e Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura - Seagri-BA. A realização foi da prefeitura de Barra da Choça, em parceria com a Associação dos Produtores de Café da Bahia – Assocafé.
O tema foi “Usando tecnologias, vencemos desafios” e durante os três dias do Encontro foram apresentadas palestras, dinâmicas de campo, minicursos, mesas-redondas, exposição de obras de arte ligadas à cultura do café e de produtos, além de novidades tecnológicas instaladas no local para apreciação do público.
Segundo o presidente da Assocafé, João Lopes Araújo, neste ano o Encontro Nacional do Café foi realizado no ambiente de fazenda por ser mais atraente para mostrar aos produtores as tecnologias cafeeiras. “A programação foi muito bem escolhida e os produtores saíram bastante satisfeitos. Para a realização desse evento, o Consórcio Pesquisa Café é sempre fundamental, pois tem muito a acrescentar em termos de conhecimento aos produtores".
Contribuição do Consórcio - Entre os temas trazidos por instituições participantes do Consórcio Pesquisa Café pode-se citar “Tipos de irrigação da salvação”, abordado de forma a enfatizar a importância da irrigação suplementar em períodos críticos da lavoura para garantir a produtividade quando as chuvas forem insuficientes; “Adubação racional do cafeeiro”, palestra que expôs tecnologias e/ou práticas mais adequadas para a manutenção da fertilidade do solo para nutrição das plantas nas lavouras; e “Manejo do mato em cafezais, com ênfase nos herbicidas”, que mostrou como a concorrência das ervas daninhas se mostra prejudicial às lavouras de café, estabelecendo competição por nutrientes e água e, também, como o mato pode reduzir a eficiência dos inseticidas e fungicidas aplicados ao solo. Os três temas foram trazidos à discussão pelo pesquisador José Braz Matiello, da Fundação Procafé. Da mesma instituição, o pesquisador Roberto Santinato falou sobre “Tratos culturais no café” que se refere àquelas atividades de pós-plantio como coleta de amostras de solo e folhas para avaliação e manutenção da fertilidade do solo, bem como da nutrição mineral das plantas, controle de mato, pragas e doenças, podas, irrigação suplementar, entre outras.
O Encontro contou também com palestra do professor Juarez Souza e Silva, bolsista da Universidade Federal de Viçosa – UFV, sobre a “Pós-colheita do café para o planalto da Bahia” e exposição do protótipo do “Secador Rotativo Intermitente”, que disponibilizou mais uma alternativa tecnológica para a secagem do café produzido pelo pequeno cafeicultor que irá contribuir com o aumento da renda da propriedade por meio da oferta de um produto de melhor qualidade.
“Colheita mecanizada do café” e “Colheita mecânica para o planalto da Bahia” foram temas abordados pelo professor Fábio Moreira da Silva, da Universidade Federal de Lavras – Ufla. Segundo ele, a mecanização agrícola aumentou a capacidade produtiva da mão de obra, que atualmente é escassa no setor cafeeiro e não há como retroagir nesse sentido, pois, embora o produtor tenha perdas com o uso de máquinas, o custo da colheita mecanizada é muitas vezes menor que a manual. Ele elencou ainda mais algumas vantagens da colheita mecanizada: reflexos diretos na qualidade da bebida, uma vez que quanto mais rápido for a colheita mais se mantém a qualidade do produto; mais eficiência no uso da mão de obra, e possibilidade da manutenção da qualidade do grão de café.
Também foram abordados os temas “Controle de pragas e doenças do cafeeiro” e “Estratégias para mitigação dos efeitos da seca para o Estado da Bahia: arborização e reguladores vegetais”. O primeiro, pela professora Sandra Elizabeth Souza e Maria Aparecida Castellani e, o segundo, pela professora Silvana Naomi Matsumoto, ambas da Uesb). Sandra Elizabeth destacou, em sua palestra, trabalho de pesquisa realizado pelo Consórcio Pesquisa Café para o município de Barra do Choça - maior produtor de café em viveiros da região - e demais regiões produtoras de café no País: “Para plantar o café, os cafeicultores precisam de mudas sem doença e com vigor. Antes não existiam ações para combater as pragas do café nos viveiros da região e evitar a introdução e disseminação de nematoides. Hoje, graças às pesquisas e investimentos no setor, já dispomos dessas tecnologias”, explica.
Números – Na Bahia, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, a área total de produção de café no Estado da Bahia é de cerca de 134 mil hectares. A produção anual é de 1,9 milhão de sacas e a produtividade média de 14,77 sacas por hectare (Cerrado – 38,50; Planalto – 7,73; e Atlântica – 31,83). O Censo Agropecuário de 2006, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, mostra que 84% dos estabelecimentos produtores de café do Estado da Bahia são de agricultura familiar. Segundo essa fonte, a cafeicultura familiar emprega em torno de 64.180 pessoas por ano e é responsável por 22% do café produzido no Estado. De acordo ainda com o IBGE, a área colhida por cafeicultores familiares corresponde a 35% da área colhida de café na região.
Conheça algumas cultivares desenvolvidas pelo Consórcio com potencial de uso pela cafeicultura familiar clicando aqui.Gerência de Transferência de Tecnologia
Flávia Bessa e Clarissa Ratton (MTb 4469/DF e MTb 9673/DF)
Contatos: (61) 3448-1927 e
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