O Observatório é uma iniciativa do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, para reunir as informações estratégicas da cafeicultura
Produzir e difundir conhecimentos e informações qualificadas em apoio à formulação de estratégias de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – PDI e à tomada de decisão no âmbito do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Esse é o objetivo do Observatório do Café, cujas análises e publicações técnicas de relevância para os agentes do agronegócio café brasileiro estão disponíveis no site www.consorciopesquisacafe.com.br. A iniciativa está relacionada ao Sistema de Inteligência Estratégica da Embrapa, o Agropensa, que atua no mapeamento e apoio à organização, integração e disseminação de base de dados e de informações agropecuárias.
No Observatório do Café podem ser acessados relatórios de análises e de tendências nacionais e internacionais do café, informes estatísticos e levantamentos de safras e de estoques privados no Brasil, tendências de consumo interno, além de circulares e comunicados técnicos, entre outros. Para Gabriel Bartholo, gerente geral da Embrapa Café, o Observatório do Café é uma ferramenta de inteligência estratégica para os agentes do agronegócio café obterem informações atualizadas sobre os avanços e tendências do setor.
As mais recentes análises disponibilizadas na página do Consórcio na internet são:
Relatório Internacional de Tendências do Café (com dados e análise de produção, indústria e cafeterias nos principais países produtores, sendo parte do projeto do Consórcio intitulado “Criação e Difusão de Inteligência Competitiva para a Cafeicultura Brasileira), do Bureau de Inteligência Competitiva do Café, desenvolvido no Centro de Inteligência em Mercados – CIM, da Universidade Federal de Lavras – UFLA;
Relatório sobre o mercado de café (com informações de análise de produção, consumo, exportação, importação, preço e estoques, entre outras, além de dados relevantes para a formulação e gestão de políticas e tomada de decisão pelos agentes do agronegócio café em nível mundial), da Organização Internacional do Café – OIC, principal organismo intergovernamental que congrega governos, exportadores e importadores; e
Informe Estatístico do Café (com dados da cafeicultura brasileira sobre produção, exportação e consumo mundial de café; recursos disponibilizados do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira - Funcafé; cotação mensal dos preços de cafés e previsão de safra), da Secretaria de Produção e Agroenergia – SPAE, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa.
Veja resumo de cada uma dessas edições:
Relatório Internacional de Tendências do Café – fev/2015, do Bureau de Inteligência Competitiva do Café (CIM/UFLA)
Os problemas climáticos, em especial a falta de água, estão entre os principais gargalos da agricultura atual. A seca nos principais estados cafeicultores do Brasil, maior produtor mundial, em 2013 e 2014 provocou danos severos às lavouras, levando à queda na produção do país e elevação dos preços do produto. Tecnologia que está sendo desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Lavras – UFLA (instituição participante do Consórcio Pesquisa Café) poderá se tornar solução para mitigar os impactos negativos do déficit hídrico no desenvolvimento inicial das lavouras de café, quando o pouco desenvolvimento do sistema radicular torna o cafeeiro ainda mais sensível às baixas precipitações. Trata-se do chamado “polímero hidroretentor”, um gel que mantém a umidade do solo, otimizando sua utilização pelas plantas. Essa tecnologia reduz os danos que a estiagem prolongada causa no cafeeiro. Além disto, em sistemas irrigados a utilização do gel reduz a necessidade de aplicação de água, permitindo a economia de recursos naturais e consequentemente o desenvolvimento de uma atividade mais competitiva.
O Relatório também destaca oportunidades e ameaças para a cafeicultura brasileira, como as mudanças socioeconômicas da Ásia, onde o crescimento da população urbana, a adoção de hábitos de consumo ocidentais e o aumento da renda são fatores que favorecem o aumento do consumo de café. O Japão já é um grande consumidor. China e Índia caminham na mesma direção, bem como o Vietnã. No entanto, o aumento da demanda naquela região já está estimulando a ampliação da oferta dos próprios países asiáticos. E, por maior que seja a demanda do continente no futuro, ela poderia ser suprida, majoritariamente, pelas lavouras do próprio continente. Assim, os mesmos países que consomem cada vez mais possuem condições para produzir mais. Na África também já se observa metas ambiciosas de aumento da produção e o capital estrangeiro investido no continente poderá trazer mudanças para a cafeicultura do continente.
Além de acompanhar as ações dos seus concorrentes, os cafeicultores brasileiros também precisam levar em consideração as transformações da indústria e do consumo. No que diz respeito ao mercado de cafés especiais e certificados, o documento explicita que está consolidado, cuja demanda será cada vez maior.
Relatório sobre o mercado de café – dez/2014, da Organização Internacional do Café – OIC (Londres, UK)
O documento informa que, em dezembro de 2014, os preços do café continuaram a cair e a média mensal do preço indicativo composto da Organização Internacional do Café - OIC atingiu seu nível mais baixo desde fevereiro. A produção mundial no ano-safra de 2014/15 foi estimada provisoriamente em 141.4 mil sacas, 3,6% abaixo das 146,8 milhões de sacas produzidas em 2013/14, estimativa que também foi revisada para mais. O total das exportações se manteve mais ou menos estável no período em comparação. Nos últimos 12 meses encerrados em dezembro de 2014, a exportação de café arábica totalizou 68,26 milhões de sacas, em comparação com volume de 68,53 milhões de sacas no ano anterior. Já os embarques do Brasil têm sido consistentemente superiores aos do ano anterior, registrando 24,6 milhões de sacas em oito meses, um volume 15,8% superior ao mesmo período de 2013. O relatório também publica que estimativas recentes de fontes externas, do setor privado e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - USDA sugerem que a produção do Brasil no ano-safra de 2015/16 deve se recuperar de forma relativamente rápida. A previsão oficial da Conab é de que a produção brasileira em 2015/16 varie entre 44,1 e 46,6 milhões de sacas.
Informe Estatístico do Café - dez/2014, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – SPAE/Mapa
Os indicadores de desempenho dessa edição mostram números da safra 2014 (45,3 milhões de sacas), abaixo das de 2012 e 2013. Já a exportação de café foi crescente nesses últimos três anos (28,7; 32 e 36,7 milhões de sacas, respectivamente em 2012, 2013 e 2014). O café é o quinto item mais exportado do agronegócio brasileiro, ficando atrás do complexo soja, carnes, complexo sucroalcooleiro e produtos florestais. As importações brasileiras de café também tiveram incremento comparando os anos de 2013 (62,6 mil sacas) e 2014 (92,5 mil sacas). Os principais países importadores do café brasileiro são Alemanha, EUA, Itália, Bélgica e Japão. Em relação ao consumo interno, estima-se incremento de 2013 (20,1) para 2014 (21) milhões de sacas.
Conheça mais sobre o Observatório do Café no site do Consórcio Pesquisa Café: conjuntura mundial da cafeicultura; safra, estoques e Valor Bruto da Produção; consumo e tendências; estatísticas, cotações e análises; publicações técnico-científicas; edições da revista Coffee Science; clipping; vídeos; imagens.
Gerência de Transferência de Tecnologia
Texto: Flávia Bessa – MTb 4469/DF
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Sites: www.embrapa.br/cafe e www.consorciopesquisacafe.com.br