Cafés da espécie arábica participaram das exportações com 62% e robusta com 38% no período de outubro de 2019 a março de 2020
Em nível mundial, exclusivamente no mês de março do corrente ano de 2020, as exportações de café totalizaram um volume físico equivalente a 11,06 milhões de sacas de 60kg, número que representa uma queda de 3,7%, se comparado com as 11,49 milhões sacas exportadas no mesmo mês do ano anterior. De modo semelhante, se for expandido o período de análise das exportações globais para o total acumulado em seis meses, no caso, de outubro de 2019 a março de 2020, constata-se que as exportações também registraram uma ligeira queda de 3,9%, ao caírem de 64,5 milhões de sacas para 61,96 milhões de sacas, em comparação com os mesmos meses anteriores.
Vale registrar que, no período em foco, de outubro de 2019 a março de 2020, as exportações dos cafés da espécie arábica tiveram uma queda de 7,8%, ao registrarem 38,6 milhões de sacas, e, em contrapartida, as exportações dos cafés da espécie robusta cresceram 3,2% e somaram 23,36 milhões de sacas, também em comparação com os mesmos meses do período anterior.
Neste mesmo contexto, as exportações de café exclusivamente do Brasil, país que é o maior produtor, exportador e segundo maior consumidor em nível mundial, no mês de março de 2020, atingiram 3,12 milhões de sacas de 60kg e registraram crescimento de 0,2%, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Na comparação do período acumulado, nos seis meses citados anteriormente, as exportações brasileiras caíram 10,9% e somaram 19,6 milhões de sacas nos meses de outubro de 2019 a março de 2020, queda que pode ser atribuída à menor produção do café da espécie arábica, devido ao ciclo de bienalidade baixa principalmente desse tipo de café, que alterna produção maior em um ano com safra menor em outro ano.
Os números e dados estatísticos, ora em destaque nesta análise da Embrapa Café, da performance das exportações da cafeicultura global, foram obtidos do Relatório sobre o mercado de Café – abril 2020, da Organização Internacional do Café – OIC, o qual encontra-se disponibilizado na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa Café. Convém esclarecer que para a OIC, o ano-safra em nível mundial compreende o período dos meses de outubro a setembro.
Retomando a análise da performance das exportações dos Cafés do Brasil, no ano-safra completo da OIC (outubro de 2019 a setembro de 2020), que está devidamente retratado no Relatório do mês de abril, verifica-se que as exportações dos Cafés do Brasil totalizaram 40,11 milhões de sacas de 60kg, volume físico 6% acima do apurado no ano-safra anterior.
O desempenho positivo das exportações dos Cafés do Brasil, conforme o Relatório sobre o Mercado de Café – abril 2020, pode ser atribuído em grande parte ao aumento das exportações na primeira metade do ano-safra brasileiro, em função de vendas dos estoques da safra anterior, e, ainda, que as exportações dos cafés da espécie de robusta verde aumentaram 40,5%, ao atingirem 4,1 milhões de sacas. Além disso, as exportações de café arábica tiveram aumento de 2,8% e, assim, totalizaram o equivalente a 31,97 milhões de sacas. Outro ponto positivo foi o fato de as vendas ao exterior do solúvel brasileiro terem crescido 5,5% e somado 4,01 milhões de sacas.
Com relação ao desempenho das exportações de café do Vietnã, segundo maior produtor e exportador do planeta, também exclusivamente no mês de março de 2020, verifica-se que houve uma queda em torno de 2%, se comparado com o mesmo mês do ano anterior, pois o volume físico exportado atingiu 2,5 milhões de sacas de 60kg. E, nos seis primeiros meses do ano-safra da OIC (outubro de 2019 a março de 2020), as vendas ao exterior desse país caíram 3,7%, em relação ao mesmo período anterior, ao somarem 13,65 milhões de sacas.
Seguindo esse mesmo critério de análise, em relação às exportações da Colômbia no mês de março de 2020, país que é o terceiro maior produtor e exportador de café, constata-se que suas exportações declinaram nesse mês em torno de 20,9% ao somarem 903 mil sacas. E, no acumulado de seis meses, as exportações colombianas, do ano-cafeeiro de 2019-2020, alcançaram 6,81 milhões de sacas, ou seja, um volume físico 4,7% abaixo de suas exportações registradas na primeira metade de 2018-2019.
Na sequência, vem a Indonésia, que é o quarto maior produtor de café do mundo, conforme também o Relatório sobre o mercado de Café em destaque, a qual exportou, no mês de março de 2020, 532 mil sacas, número que representa um aumento de 11,9%, adotando o mesmo comparativo de análise utilizado para os outros países citados. Assim, nos seis primeiros meses do ano-cafeeiro de 2019-2020, as exportações desse país asiático totalizaram 3,12 milhões de sacas, performance que representa um crescimento bastante expressivo de 54,1%, em relação ao mesmo período anterior.
Por fim, na sequência desta análise das exportações de café no mundo, vem Honduras, país que no mês de março de 2020 exportou 750 mil sacas de café, volume que representa uma queda de 7%, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. E, no acumulado no período de outubro de 2019 a março de 2020, o país exportou 2,75 milhões de sacas, ou seja, 2,3% abaixo do mesmo período de 2018-2019.
Visite o site do Observatório do Café para ler na íntegra o Relatório sobre o mercado de Café – abril 2020, da OIC, pelo link:
COVID-19: saiba como mitigar os efeitos do coronavírus na cafeicultura pelo link:
http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/publicacoes/637#aa
Confira as ANÁLISES (Análises e notícias da cafeicultura) divulgadas pelo Observatório do Café no link abaixo:
http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/imprensa/noticias
Acesse também as publicações sobre café e portfólio de tecnologias do Consórcio Pesquisa Café:
http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/publicacoes/637
Chefia Adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café
Texto: Lucas Tadeu Ferreira – MTb 3032/DF e Jamilsen Santos – MTb 11015/DF