Pesquisa estima que taxas anuais do crescimento do consumo interno são de 3,3% para café em pó, 4,3% torrado e 9% para cafés em cápsulas
O consumo interno de café no Brasil em 2017 foi estimado em 21,5 milhões de sacas, que correspondem a aproximadamente 1,07 milhão de toneladas. Com esse volume, o nosso País se destaca como segundo maior consumidor de café em nível mundial, sendo precedido pelos Estados Unidos, que consomem em torno de 25,8 milhões de sacas de café. O consumo no Brasil deverá se aproximar desse volume dos EUA até o ano 2021, quando deverá atingir 25 milhões de sacas, se considerada uma projeção da taxa média anual de crescimento de mais de três por cento ao ano.
Esses dados do consumo interno dos Cafés do Brasil, entre outros como a projeção de crescimento, constam do relatório da pesquisa Tendências do Mercado de Cafés em 2017, a qual foi patrocinada pela Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC e teve por objetivos identificar oportunidades e as principais tendências do mercado de café no País, especialmente na ótica do consumo. Os resultados desta pesquisa estão disponíveis no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.
O relatório indica que em 2017 o consumo de café no Brasil aumentou 3,3% em comparação a 2016. De acordo com a pesquisa, esse crescimento demonstra que os apreciadores de café continuam cada vez mais consumindo o produto sob as mais diferentes formas, em função da melhoria da qualidade dos Cafés do Brasil verificada nas últimas duas décadas, o que tem contribuído expressivamente para esse crescimento contínuo do consumo. Notadamente, em relação especificamente à qualidade do produtor, o relatório destaca que os “Cafés premium terão crescimento de dois dígitos”, e que, “Muitos jovens a partir de 20 anos estão se interessando pela categoria e apreciando esse tipo de produto”.
Além disso, conforme a projeção constante do relatório Tendências do Mercado de Cafés em 2017, no período de 2017 a 2021 as taxas de crescimento do consumo no Brasil serão de 3,3% de café em pó, 4,3% de café torrado e 9% de café em cápsulas. Assim, os resultados demonstram que o consumo de café em cápsulas seguirá aumentando cada vez mais e, ainda, que o consumidor brasileiro também aumentará a demanda de café ‘premium’ (categoria superior de café com grãos cuidadosamente selecionados e blends diferentes) em outras formas de consumo, por meio de café moído e em grão.
Nesse contexto, a pesquisa da ABIC revela que o surgimento do café em cápsulas despertou o interesse do consumidor brasileiro para os cafés ‘premium, e que essa mudança de hábito de consumo está estimulando o consumo desses cafés também em grãos e moídos. Atualmente são consumidas por volta de 1,5 milhões de sacas de cafés ‘premium’ que correspondem em média a aproximadamente 7% do consumo no Brasil. A pesquisa destaca que o consumo de cafés ‘premium’, conforme citado, deve aumentar mais de 10% ao ano e que essa tendência, denominada ‘premiunização’, valoriza a imagem do café como produto - sendo ele tradicional, superior ou gourmet - e contribui para o aumento do consumo de forma geral.
O relatório Tendências do Mercado de Cafés em 2017 apresenta conclusões interessantes, das quais algumas foram extraídas textualmente, que valem a pena serem analisadas pelos diversos agentes do agronegócio café no País, a saber: “Até 2021, cápsulas seguirão crescendo de forma mais acelerada. Porém, consumidor brasileiro percebe cada vez mais o valor dos cafés premium em outros formatos como o moído e o grão”. “É esperado que o pó siga com 80% do volume do café consumido”. “O grão se mantém forte no consumo fora do lar, mas crescimento nos domicílios tem superado a média. Marcas com grande expressão contribuíram para disseminação do grão no varejo, aumentando pontos de distribuição e ofertas de marca e produtos. Em 2018, espera-se que players regionais invistam cada vez mais no segmento de grãos premium”.
E continua o relatório: “Cápsulas sofrerão com maior competição de cafés premium. O grande desafio está em promover a substituição das cápsulas de forma mais consistente. O surgimento das cápsulas gerou interesse do consumidor por produtos premium, algo que vem se refletindo agora, com crescimento de café em grãos e moído de maior qualidade”. E, por fim, a “Diminuição da crise impulsionará segmento fora do lar. Em 2017, o setor de foodservice revelou perspectivas e resultados mais positivos em relação ao ano de 2016. Redução da inflação, aumento da renda disponível e constante desenvolvimento dos coffee shops também são fatores primordiais para que o café siga crescendo a taxas mais aceleradas no foodservice”.
A ABIC é uma das cinco instituições do setor privado que integram o Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa. O CDPC tem como órgãos técnicos os seguintes Comitês: Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café CDPD/Café, de Planejamento Estratégico do Agronegócio Café - CDPE/Café, de Promoção e Marketing do Café CDPM/Café e do Acordo Internacional do Café CDAI/Café. E a Embrapa Café, que também tem por finalidade contribuir para formulação de políticas públicas do setor, faz parte oficialmente desses quatro colegiados do agronegócio café no Mapa.
Para ler a pesquisa Tendências do Mercado de Cafés em 2017, patrocinada pela ABIC, acesse:
http://consorciopesquisacafe.com.br/arquivos/consorcio/consumo/tendencias_do_mercado_cafe_2017.pdf
Confira as ANÁLISES (Análises e notícias da cafeicultura) divulgadas pelo Observatório do Café no link abaixo:
http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/imprensa/noticias
Acesse Publicações sobre café e portfólio de tecnologias do Consórcio Pesquisa Café:
http://www.consorciopesquisacafe.com.br/index.php/publicacoes/637
Leia sobre a Evolução da cafeicultura brasileira nas últimas duas décadas:
Chefia Adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café
Texto: Lucas Tadeu Ferreira - MTb 3032/DF e Jamilsen Santos - MTb 11015/DF